Acredite: você não odeia matemática
Firmemente convencido de que todo mundo pode e deve não só entender, como gostar de matemática, o russo Edward Frenkel, 47 anos, professor da Universidade da Califórnia em Berkeley e autor do best seller Amor e Matemática… foi visitar uma escola pública do Brasil, país que se encontra entre os piores do ranking na matéria.
(…) Evitando tratar diretamente da matemática ensinada nos colégios brasileiros, Frenkel ressalta que o primeiro passo para a boa aula é aprimorar a formação dos professores.
Uma vez melhor preparados, o estágio seguinte é encorajá-los a transmitir conhecimento de forma atraente. “Professores de matemática geralmente apresentam a disciplina de maneira muito seca e distante.
Falam basicamente de números, quando, na verdade, a matemática é muito maior do que isso. É o dia-a-dia. E cada vez mais é preciso entender seus conceitos para viver bem no mundo moderno”, afirma.
Cita como exemplo a geometria, normalmente ensinada através de traços e formas. “Por que não pegar o globo e explicá-la através dos meridianos e dos paralelos? Isso não requer mais recursos. Requer, isso sim, melhores ideias e, acima de tudo, paixão por ensinar”, diz.
Outro avanço necessário, para ele, é reduzir a quantidade de exames. O professor que se preocupa demais em ensinar o que vai ser cobrado em provas esquece de olhar para o aprendizado mais amplo.
Fornecer ferramentas para pensar é importante, alerta; já decorar matéria para avaliações, não. “Quem vai gostar de matemática em um ambiente extremamente estressante? É urgente que haja mais diversão na sala de aula”, ressalta.
Acima do ensino prático, porém, ele coloca a necessidade de se trabalhar com a mentalidade do aluno, incutindo nele a certeza de que os conceitos matemáticos não são um bicho de sete cabeças. “Ele tem que acreditar em uma coisa: que não odeia matemática”, enfatiza, com a convicção de quem ama a disciplina.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/acredite-voce-nao-odeia-matematica