Centro de Formação de Astronautas
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«A formação como astronauta só por si já é gratificante, ou seja, já é um emprego de sonho e – ainda melhor – é poder participar no voo no final, portanto, não há tempo para estar aborrecido, não há tempo para pensar em demasia sobre o que estamos a fazer. Todos os dias estamos ocupados, todos os dias é um bom dia, e isso vai continuar assim até ao voo», afirma Thomas Pesquet.
TV Ciência – Portugal, Star City, o centro de formação de astronautas na Rússia, tem neste momento quatro astronautas da ESA a prepararem-se para missões futuras.
Em Star City, perto de Moscovo, quatro astronautas da Agência Espacial Europeia (ESA) estão a treinar para quatro missões diferentes. Estar no local de nascimento dos voos espaciais tripulados é invulgar mas tem grande significado.
A italiana Samantha Cristoforetti tem voo marcado para a Estação Espacial Internacional (na sigla em inglês, ISS) a 24 de novembro, onde permanecerá seis meses.
(…) Em Setembro de 2015 vai ser o primeiro dinamarquês a voar para a ISS, para isso tem de passar por um rigoroso programa de formação para a missão de onze dias e aulas de russo fazem parte da formação.
Andreas também precisa de trabalhar o conhecimento sobre a Estação Espacial e Star City é o local onde pode aprender o funcionamento dos módulos russos.
Andreas Mogensen, astronauta da ESA explica que «em Star City uso a maioria do meu tempo no simulador Soyuz juntamente com o meu comandante e de repente começa-se a sentir que é muito mais real. Quando se está sentado no Soyuz e passamos por toda a sequência de lançamento e desembarque, consegue-se sentir que nos estamos a aproximar da data e isso é muito entusiasmante».
Tal como os colegas, Tim assiste a aulas de línguas e teoria em Star City – e aprendeu como vestir o fato espacial Sokol no espaço apertado da Soyuz, para quando estiver em fase orbital.
A experiência que possui em pilotar naves militares tem sido útil na preparação da próxima missão. «Acho que a minha formação de piloto é muito útil», afirma o astronauta e adianta que «quando saltamos no simulador Soyuz, as coisas são muito semelhantes. Segue-se a documentação de bordo, praticam-se situações fora do vulgar, e trabalha-se como uma equipa, como uma tripulação, tal como faríamos a bordo de uma aeronave».
Thomas Pesquet é o membro mais novo do Corpo Europeu de Astronautas e está também em formação para uma missão de longa duração para a estação, agendada para 2016. Thomas tem de ficar muitas horas preso nos apertados assentos do simulador Soyuz para aprender os meandros desta nave espacial de experiências e testes. Mas o astronauta francês está contente por aprender novas competências no histórico centro de formação.
«A formação como astronauta só por si já é gratificante, ou seja, já é um emprego de sonho e – ainda melhor – é poder participar no voo no final, portanto, não há tempo para estar aborrecido, não há tempo para pensar em demasia sobre o que estamos a fazer. Todos os dias estamos ocupados, todos os dias é um bom dia, e isso vai continuar assim até ao voo», afirma Thomas Pesquet.
O caminho até Baikonur é longo e duro e esta formação exigente em Star City é apenas parte da jornada. Mas as recompensas são muitas – e ao adaptarem-se às novas carreiras, os astronautas da ESA ganharão um lugar a bordo do primeiro laboratório espacial internacional – onde recolhem novos dados e conhecimento para a ESA sobre voo espacial.
Fonte: http://gaea-araujo.blogspot.com.br/2014/11/star-city-o-exigente-centro-de-formacao.html