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Bicho Papão – O Terrorismo

Como acabar com o terrorismo – Um processo difícil

Quando nossos pais nos diziam para comermos a sopa senão o “bicho papão” vinha nos pegar ou comer a nossa comida, faziam um certo tipo benigno de terrorismo psicológico conosco. Assustavam-nos para que fizéssemos algo que julgavam útil e bom para nós: Alimentarmo-nos!

O terrorismo que conhecemos através dos jornais, ou do qual fomos vítimas, tem a mesma base perceptiva: Alguém acha que o terrorismo é bom para alguma coisa, mas enquanto comer realmente nos faz bem – não temos a mínima dúvida disso – o terrorismo exercido por terceiros em nossas vidas se destina a impor alguma forma de pensamento, governo ou situação que, não necessariamente, “seria” boa para nós.

Podemos afirmar que qualquer ato terrorista não visa o bem comum, coletivo, mas apenas e somente o “bem” de alguma pessoa, de algum grupo, de alguma nação. Se fosse bom para nós ou para a coletividade, o terrorista perguntava e obteria uma aprovação esmagadora. Como não é, não perguntam. Querem impor à força pelo medo, ou simplesmente se vingar sem propósito. Há mesmo uma certa confusão, ainda, sobre o alcance do que realmente é o terrorismo.

De uma forma abrangente podemos definir o terrorismo como uma forma de intimidação psicológica ou física destinada a, em curto médio ou longo prazo tentar reverter ou impor pelo medo uma posição a uma pessoa, a um grupo ou a uma ou a demais nações, ou apenas para se vingar de algo intangível. É por esta definição que se pode e se deve julgar a tortura como um ato de terrorismo, e vice-versa.

O terrorismo, sob qualquer aspecto, é um método completamente injusto de manifestação. Podemos manifestar-nos, expor nossas razões, fazer passeatas, trabalhar duro para disseminar idéias e ideais, mas sempre de forma justa sem prejudicar pessoas alheias à causa, pelo menos considerando como justo qualquer coisa que não seja uma imposição ou manifestação pelo terror, pelo sofrimento físico ou moral. Acabar com o terrorismo significaria acabar com o mal no mundo. Nem as religiões conseguiram esse feito, no que pesassem as “boas” intenções. E muito menos à força, através de perseguições religiosas.

Façamos um exercício: Coloquemos o terrorismo num extremo de um eixo que determina o máximo e mínimo de intensidade de uma manifestação. O terrorismo ocupa a posição máxima do inaceitável, na parte negativa do eixo a partir do zero. No outro extremo, o positivo, a paz absoluta. Não há como colocar a paz e o terrorismo do mesmo lado em relação ao zero. São opostos. Podemos então nos perguntar se algum terrorista pode realmente crer que pelo terrorismo alcançará a paz. Claro que não. O terrorista pensa de forma diferente. É uma deformação de comportamento, perfeitamente explicável pelos conhecimentos da psicologia. Podem ser estabelecidos perfis psicológicos para prováveis terroristas. O Bullyng é uma forma de terrorismo. A pressão de um cônjuge sobre o outro para obrigar à imposição da vontade é também uma forma de terrorismo, assim como um Estado exerce pressões injustas sobre a população para a dominar, ou o dono de uma empresa sobre seus empregados: Física, moral financeiramente.

 O terrorismo na História

O império babilônico invadiu Israel por duas vezes e na segunda expulsou os judeus do reino de Judá para a babilônia e os separou do Reino de Israel ao norte, levando-os como escravos. Nunca se havia tomado na história um elemento tão persuasivo de domínio como esse na história até então. De certa forma foi um ato de terrorismo, dos primeiros de que temos notícia. Nem por isso Israel usou do mesmo argumento quando contava com seus exércitos. Logo em seguida na história, os romanos fizeram a mesma coisa, expulsando o povo judeu até 1948 quando a política de Ben Gurion logrou a volta do povo judeu a suas terras de origem.

A Ordem dos Templários foi fundada no século XII em Jerusalém. Cresceu tanto que provocou ciúmes e medo no seio da Igreja Católica e nos reinos sob sua influência. Numa sexta feira 13, do mês de setembro do ano de 1307, Felipe – o Belo, rei da França envia cartas a comandantes da ordem para que fossem “a palácio” e sem que ninguém esperasse resolveu ser o “braço direito” das vontades da Igreja: A partir desse e nesse dia os mandou para a fogueira como hereges depois de perseguidos, torturados, excomungados. Em 1312 o Papa determinou o fim da ordem e acusou seus membros de hereges, traidores a Jesus e homossexuais.

A perseguição religiosa católica mandou para a fogueira como hereges pessoas de bem, trabalhadoras, empreendedoras, apenas porque não professavam a mesma fé. Dividiu os bens extorquidos entre seus correligionários.

Nos Estados Unidos perseguiram-se os negros através de uma organização chamada Ku-Klux-Klan. Agiam de forma característica, à socapa, queimando casas, queimando, enforcando gente negra. Esta organização foi e é reconhecida como de ação terrorista.

A primeira guerra mundial teve inicio após Gravilo Princip, o mão negra, ter assassinado o Arquiduque Carlos da Áustria em Sarajevo.

Antes do inicio da Segunda Guerra Mundial, a juventude hitlerista começou a tomar ações reconhecidamente terroristas de perseguição a judeus e outros povos não arianos, incluindo o povo cigano, depredando residências e lojas como na “noite dos cristais”, e culminando no holocausto, mandando indiscriminadamente para as câmaras de gás gente mal alimentada, explorada com trabalhos forçados. A maioria de judeus.

As notícias atuais nos mostram que muçulmanos são atualmente os mais comuns militantes na imposição de filosofias e métodos que usam o terrorismo como arma. Talvez isso esteja ligado a pelo menos dois fatores do Corão: O célebre e vingativo mecanismo de compensação baseado no “olho por olho e dente por dente” , e na forma como Maomé iniciou o seu processo religioso que daria origem ao Islã: A Hégira – fuga para Medina – e as batalhas conseqüentes. Pela época de sua morte já tinha dominado os seus adversários e unificado vasto território. O islamismo teve seu auge financeiro e tecnológico em plena idade média e depois veio a decadência das nações que o adotam com exceção de países onde o islamismo coabita com outras religiões, como na Rússia, na Índia e na Turquia. Fundamentalistas jogam a culpa de seu atraso nos países mais desenvolvidos, como os da União Européia, os EUA e Israel.

A Igreja Católica tem sua parte de culpa neste tipo de revanchismo, por ter criado e incentivado as “cruzadas” para libertar a “terra santa” do islamismo que via crescer no mundo. Apesar de haver tantas divergências no mundo, sobre tantas coisas, o terrorismo apenas tem sido usado, no mundo moderno,  por organizações ligadas a independência de nações, como o ETA e independentistas da Chechênia, a movimentos políticos como as FARC da Colômbia, a organizações mistas de independência e religiosas como a Al-Qaeda e o Hamas, a desajustados sociais que invadem escolas e assassinam crianças e professores, ou atiram em pessoas inocentes em praça pública como costuma acontecer nos EUA e vem acontecendo no Brasil. Em parte as diferenças sociais e a dificuldade de competir e subir na vida deve ter contribuído para este tipo de “doença” ou desajuste mental. Acabar com todos os tipos de terrorismo é praticamente impossível, e infelizmente teremos de conviver com esta praga, embora se possam minimizar os efeitos. As causas não, porque certos atos de terrorismo não têm causas imediatas nem são identificáveis.

Como combater o terrorismo

É impossível prever quem se tornará um terrorista, por exemplo, dos que invadem escolas e atiram sobre crianças e professores, ou vão para uma praça ou rua e disparam indiscriminadamente sobre a população. Muitos são filhos de excelentes famílias, bons alunos ou trabalhadores normais em suas empresas. Estes tipos de distúrbio somente seriam passíveis de identificação se cada ser humano passasse por um tipo confiável de exames psicológicos durante períodos de sua vida e usasse um chip embutido no cérebro, coisa que a tecnologia do futuro poderá proporcionar e hoje nos parece impensável. Quanto ás demais formas, é possível prever em apreciável grau de certeza qual a probabilidade de um ataque terrorista mediante algumas atitudes a serem tomadas pelos governos:

  • Infiltração de elementos da inteligência entre facções reconhecidamente como apologistas do terrorismo;
  • Acompanhamento psicológico de soldados nas forças armadas. Se bem que certas “qualidades” de um soldado sejam apreciáveis num combate com forças inimigas, ao sair dos quartéis e assumir a vida civil alguns podem eventualmente apresentar indícios de desajuste social.
  • Acompanhamento de prédicas de sacerdotes que incitem à violência e seguidores que os admirem.
  • Diminuição dos índices de corrupção no governo e melhor distribuição social dos benefícios do Estado, promovendo a educação com fortes bases de moral, ética e cooperação social.
  • Incentivar a democracia nos Estados islâmicos teocráticos ou de tradição monárquica em que famílias se perpetuam no poder sem consulta popular, bem como a libertação da mulher.
  • Impor aos templos o pagamento de impostos da mesma forma como qualquer cidadão ou empresa os paga. Os templos não usam as esmolas e dízimos nem a imensa maior parte delas para fazer caridade.
  • Cooperação internacional dos departamentos de inteligência policiais .

As populações têm confiança em governos que delas cuidam. Governo que não cuida não serve para nada.

Rui Rodrigues

Fonte: http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/index.php?pagina=1291943598