Exercício de sobrevivência
10 Coisas que você precisa saber para concluir um exercício de sobrevivência.
1) “PEDE PRA SAIR, 01!”
Esqueça seu nome. Durante o período de exercícios de campanha você será tratado por um número. Os filmes estão certos nesta parte. Mas existe uma justificativa: isto dá uma impessoalidade no tratamento entre instrutor e aluno, além disso, estabelece uma hierarquia funcional entre instrutor e aluno.
2) NO LIMITE
Você será colocado no seu limite físico e psicológico. Caminhar quilômetros com equipamentos pesados, horas ou dias sem uma refeição completa, banhos rápidos e muita lama o farão perceber quais são seus pontos fracos. Ao decorrer do tempo, eles deverão ser trabalhados e superados, se não, a coisa pode ficar feia.
3) VOCÊ DEVE CONHECER (BEM) COMO UTILIZAR DETERMINADOS EQUIPAMENTOS
A bússola vira sua melhor amiga quando se é necessário chegar a um ponto do terreno de maneira precisa, assim como na hora de sair para caçar na selva.
Seu cantil deverá estar sempre por perto para evitar a desidratação. E retinida nunca é demais! Você a utilizará para todos os fins possíveis e imagináveis, sempre acompanhado por um bom nó ou amarração. E não deixe de levar o seu facão.
4) SONO: APRENDA A CONTROLAR SEU MAIOR INIMIGO
Nas primeiras instruções, ainda no primeiro ano, é difícil lidar com o sono. Durante o dia são várias as oficinas, algumas podendo se estender até a madrugada. E durante a madrugada é preciso que alguém fique de sentinela, cuidando para que a fogueira não apague, nem que animais ou inimigos se aproximem.
5) RAÇÃO OPERACIONAL: ALIMENTO SEGURO É A GARANTIA DO EMPREGO OPERACIONAL DA TROPA
Sim, você passará por privações de comida. Mas também terá que aprender a utilizar a ração operacional e, principalmente, como diz o próprio nome, racioná-la. Para cada tipo de missão, você recebe uma ração específica.
No exercício de sobrevivência no mar, por exemplo, as jujubas serão suas melhores amigas. Elas possuem alto índice calórico e glicêmico, e não exigem muito líquido na digestão.
Elas compõe o kit laranja que é levado por todas as aeronaves da Força Aérea que sobrevoam áreas marítimas, para o caso de um acidente com sobreviventes. Outras refeições incluem salpicão, strognoff e até feijoada.
6) APRENDA A LIDAR COM TEMPO
Na sobrevivência no mar o relógio vai se arrastar, mas você deverá fazer de tudo para se manter tranquilo e não perder o controle da situação.
Uma boa dica? Cante e conte muitas piadas! Acredite, o tempo passa mais rápido e a fome vai desaparecendo… por isso dizem que rir é o melhor remédio! Ficar à deriva no mar por alguns dias pode deixar qualquer um maluco e para alguns será a parte mais difícil do exercício:
7) A SELVA É UM SHOPPING CENTER, E O FACÃO É SEU CARTÃO DE CRÉDITO
Nem tudo se resume a sobrevivência a um exercício de campanha. É necessário trabalho duro. Os cadetes têm que construir um tapiri (abrigo para o grupo todo), fogueira, moquém (fogão improvisado), mesas, armadilhas, latrina e até mesmo um porto! E de onde vêm tudo isso? Do Shopping da selva, claro! Mas lembre-se, evite perder energia desnecessária! Use o conhecimento a seu favor e não se desespere.
8) HORA DE AVALIAR SUAS HABILIDADES DE LIDERANÇA
Uma vez como oficial, você terá sob seu comando diversos outros militares. É preciso saber como motivá-los, o que desgasta a tropa, bem como mantê-los vivos e unidos. Por isso, os cadetes revezam a posição de “Xerife” para que todos saibam agir sob pressão.
9) AS AMIZADES SÃO MUITO IMPORTANTES!
Espírito de corpo. Você vai cansar de ouvir esse termo durante a formação militar. Isso significa espírito de união e bom convívio em grupo, e são essenciais para o sucesso do exercício. É necessário acreditar no seu amigo. Ele, muitas vezes, irá te ajudar e isso fará toda a diferença!
10) “EU SABIA QUE VOCÊS VIRIAM”
Apesar de ser apenas um exercício, alguns dias na selva ou no mar vão fazer com que você acredite firmemente que aquilo tudo é real.
Afinal, você vai ter que racionar comida, passar fome, frio e calor e ainda tomar decisões complicadas sob pressão e cansaço. Portanto, um dos momentos de maior felicidade é quando chega o resgate.
As simulações não são apenas necessárias para ensinar técnicas, mas também nos ensinam a empatia, nos colocam na situação das pessoas pelas quais, um dia, levantaremos na madrugada para entrar numa aeronave em busca do desconhecido.