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O que é a Guerra?

A guerra nada mais é que um duelo em uma escala mais vasta. Se quisermos reunir num só conceito os inumeráveis duelos particulares de que a guerra se compõe, faríamos bem em pensar na imagem de dois lutadores.

 Cada um tenta, por meio da sua força física, submeter o outro à sua vontade; o seu objetivo imediato é abater o adversário a fim de torná-lo incapaz de toda e qualquer resistência.

A Guerra é um ato de violência destinado a forçar o adversário a submeter-se à nossa vontade.

 Para defrontar a violência, a violência mune-se com as invenções das artes e das ciências. Ela é acompanhada de restrições ínfimas, que quase não vale a pena mencionar, e que impõe a si própria, sob o nome de leis dos direitos dos povos, mas que, na realidade, não diminuem em nada a sua força.

  A violência física, uma vez que a violência moral não existe fora dos conceitos de Estado e Lei – constitui, portanto o meio; o fim será impor a nossa vontade ao inimigo.

 Para se atingir com total segurança este fim, tem de se desarmar o inimigo, sendo este desarmamento, o objetivo das operações de guerra. Acaba por vir a constituir o próprio fim, que afasta como se tratasse de algo que não fizesse parte da própria guerra.

A Guerra é uma forma de relações humanas

A Guerra não pertence ao domínio das artes e das ciências, mas sim ao da existência social.

Ela constitui um conflito de grandes interesses, solucionando através do sangue, e é por isso que difere dos outros conflitos.

Seria melhor compará-la, mais que a qualquer arte, ao comércio, que sua vez, pode ser considerada, pelo menos em parte, como uma espécie de comércio em grande escala.

A política é a matriz na qual a guerra se desenvolve; os seus contornos, formados de um modo rudimentar, escondem-se nela assim como as propriedades dos seres vivos nos seus embriões.

Fonte: Livro: Da Guerra – Carl Von Clausewitz