O que é Risco
De acordo com Bernstein, a palavra risco é derivada do Italiano risicare que significa “ousar”, o caracteriza o risco como uma opção e não um destino.
Houaiss, define risco como a “probabilidade de perigo, geralmente com ameaça física para o homem e/ou para o meio ambiente”. A partir dessa definição, é possível perceber como o conceito de risco está associado aos termos perigo e perda.
Essa acepção é corroborada por Vesely, quando afirma que “o risco pode ser entendido como o perigo, probabilidade ou possibilidade de um infortúnio, insucesso ou resultado indesejado”.
Segundo a teoria Schumpeteriana é o risco que justifica o lucro do empreendedor. O risco é inerente à vida, à evolução. Uma vez que o futuro não está escrito, nem conhecido, antecipadamente, somos confrontados permanentemente com eventos suscetíveis de perturbar nossa existência.
Tudo o que é novo comporta riscos. O risco está ligado à ação:
– Assumir um risco é apostar que o evento a ser realizado produzirá efeitos positivos…
– Sabendo, entretanto, de antemão que isso não está garantido.
Quando se usa o termo “risco”, costuma-se referir tanto aos efeitos de algo que pode nos afetar, quanto à nossa incapacidade de prever a sua ocorrência.
Guilam, relata que os países desenvolvidos começaram, a partir da década de 50, a desenvolver estudos que analisassem os problemas que surgiram do próprio avanço. Nesse momento, inicia-se a discussão sobre risco tecnológico, relação entre o risco a que uma população se expõe e o benefício que ela desfrutará, quando submetida à determinada tecnologia, em riscos atuais, em riscos de fraudes, entre outros, resultado da introdução de modernas tecnologias e seus consequentes “efeitos colaterais”.
Para Chicken, risco é definido como a probabilidade de um evento adverso, particular ocorrer durante um período de tempo estabelecido. Ele considera que essa definição inclui conceitos de probabilidade e consequência, ao analisar o dano produzido pelo evento adverso, e esse dano representar uma perda para o ser humano.
O autor defende que o risco possui três dimensões principais: fonte, aspectos, e tempo. Essas três dimensões contribuem para a análise dos fatores que colaboram para o surgimento do risco, bem como, para o seu eventual agravamento e também analisam as consequências resultantes dos acontecimentos de qualquer atividade, seja ela de serviços ou industrial, destacando a extração e o processamento da matéria-prima, fabricação, descarte de material, transporte, burocracia, etc…
A segunda dimensão (aspectos do risco) é dividida em três subgrupos: aspectos sociopolíticos incluem a aceitabilidade pública e fatores de importância política; econômicos, englobam custos e benefícios; e técnicos, analisam o início do evento, o desenvolvimento da falha e suas consequências e os riscos individuais e sociais, quantidade de pessoas prejudicadas em um acidente com uma instalação particular. Por último, a terceira dimensão, tempo do risco identifica mudanças no risco que são dependentes do tempo e os seus respectivos estágios de conhecimento do assunto.
Alguns conceitos de Risco foram melhor explicitados por Marschall 2002.
a) Risco como uma perda
No conceito atual, risco é o resultado médio esperado de um evento de perda. Uma aplicação típica é a área de seguros.
b) Risco como fator catastrófico
Uma visão mais defensiva considera o riso com um perigo para a organização e busca minimizar a possibilidade de ocorrência de grandes eventos negativos, como fraudes ou desastres naturais.
c) Risco como oportunidade
Neste caso o risco é visto como um fator positivo, orientado a aproveitar oportunidades. O foco excessivo nos fatores negativos de risco impede a organização de ter uma visão oportunista de risco e ser mais proativa ao invés de passiva e reativa.
Segundo o mesmo autor “é importante distinguir entre risco e incerteza”. Risco se aplica a resultados que, embora não certos, tenham probabilidades que possam ser estimadas pela experiência ou por dados estatísticos. A incerteza está presente quando o resultado não pode ser previsto, nem mesmo em um sentido probabilístico. Na prática, a incerteza está sempre presente”.
Simplificando, pode-se afirmar que o risco pode ser medido, enquanto a incerteza não.
Fonte: Texto de Conceitos Acadêmicos de Risco – Autores: Bernstein; Houaiss; Vesely; Guilam; Chicken.