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A Ciência solucionando Crimes

.“Não existe crime perfeito, mas existe a investigação mal feita” 

“não se pode enxergar o óbvio, mas sim ver além do que cena do crime mostra”

É o que defende o especialista Ian Marques Cândido, da Polícia Científica de Goiás, que trabalha com genética forense, o DNA na solução de crimes. “Não existe crime perfeito, mas existe a investigação mal feita”, ressalta Ian. Neste sentido, é fato que para a Polícia Científica brasileira chegar ao nível de excelência da americana ainda depende de  investimentos.

“A perícia criminal é a ciência solucionando crimes”, diz Ian. Ele defende que atualmente é inviável desvendar um crime de maneira precisa sem a perícia criminal.

(…) É impossível desvincular o trabalho da perícia criminal do meio acadêmico. Outra característica da Ciência Forense que também chama atenção é o fato de ser multidisciplinar, isto é, reúne técnicas de diferentes áreas para desvendar o crime, inclusive conhecimentos da Física, Química, Biologia. “A principal característica do profissional com certeza é a curiosidade e a percepção, porque não se pode enxergar o óbvio, mas sim ver além do que cena do crime mostra. Já que a cena do crime “fala”, e cabe ao perito perceber isto”, completa Ian. Portanto, a função do perito criminal é fazer laudos consistentes para auxiliar a justiça.

O fato é que, mesmo com o investimento em tecnologia crescente no país, o setor carece de profissionais. Conforme aponta Ian, os estados brasileiros estão sem peritos criminais, e nenhum deles conta com a quantidade ideal de profissionais. O resultado é que a situação precária atrapalha a investigação dos casos. “Os crimes que poderiam ser elucidados em semanas, ficam sem solução durante anos. E o tempo é fator determinante para a perícia criminal”, observa.

REPERCUSSÃO – Na avaliação do especialista, o caso Isabela Nardoni, de São Paulo, foi um marco para a perícia brasileira em função das características do crime, que alcançou repercussão nacional, colocando em evidência o trabalho dos peritos criminais. Mas a principal referência internacional na área da perícia criminal ainda são os Estados Unidos, um modelo que é seguido pelo Brasil. No entanto, segundo Ian, a Espanha também alcança destaque no setor.

O Brasil aprovou a Lei 93/2011 que exige a implantação do Banco de Dados de DNA, cujo objetivo é agilizar o processo de investigação de crimes hediondos – entre eles violência sexual e homicídio. Os criminosos já julgados e condenados terão o DNA incluído no banco, porém, os dados serão sigilosos e só serão usados mediante a autorização de um juiz para a instauração de inquérito policial. A identificação por meio do DNA teve o primeiro caso no mundo desvendado em 1989.

UEL é a única do estado na Rede Pólvora

A UEL é a única do Estado que faz parte da Rede Pólvora desde 2010, cujo objetivo é capacitar profissionais da polícia científica brasileira para melhoria na prestação de serviços na solução de crimes.

A segunda reunião da Rede Pólvora aconteceu no Campus Universitário, durante o 1º Workshop em Ciência Forense do Paraná e da 17ª Semana da Física da UEL realizado em outubro. “A Universidade foi convidada a ingressar na rede em função do nível de produção do Laboratório de Microscopia Eletrônica”, diz o professor Pedro Henrique Aragão, do Departamento de Física, do CCE.

Também participam da rede o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, Instituto de Criminalística do Paraná, Polícia Científica de São Paulo. E mais, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual do Norte Fluminense, entre outras.

Fonte: http://www.uel.br/com/noticiadigital/index.php?arq=ARQ_jnt&FWS_Ano_Edicao=1&FWS_N_Edicao=1&FWS_N_Texto=5479&FWS_Cod_Categoria=15