Receita do triunfo
Existe uma fórmula mágica para chegar ao topo na profissão ou na vida? Tem mais influência a inteligência ou a sorte? Os especialistas estudam todos os fatores que contam.
Quando vemos uma pessoa, uma equipe ou uma empresa a ter êxito, é habitual perguntarmo-nos se se deverá à inteligência, à preparação e às capacidades, ou se resulta de ter sorte.
Normalmente, se um vizinho ganha o Euro milhões, dizemos que foi por sorte; mas, se um jovem génio vence o campeonato do mundo de xadrez, atribuímos o triunfo ao seu cérebro. Contudo, a ciência não tem assim tanta certeza.
Na consecução de um triunfo, intervêm fatores que não dependem dos conhecimentos, mas que também não acontecem só por sorte. Estudos recentes sobre as chamadas “capacidades não-cognitivas” concluem que exercem tanta influência como as cognitivas (ou saberes académicos) nos resultados escolares ou mesmo no salário de um trabalhador, a principal maneira de se poder avaliar o seu êxito laboral.
Tais capacidades incluem a facilidade de relacionamento social ou interpessoal, a comunicação, a motivação, a persistência e a curiosidade.
Segundo um estudo da NBER (Agência Nacional de Investigação Económica, dos Estados Unidos), “uma evolução nas capacidades não-cognitivas, das mais básicas às mais complexas, possui um efeito no comportamento idêntico ou superior ao de uma alteração semelhante nas cognitivas; assim, as capacidades não-cognitivas latentes, canalizadas pela educação e pela família, proporcionam remunerações mais elevadas, pelos seus efeitos diretos sobre a produtividade, e indiretos sobre a experiência escolar ou laboral”.