Teoria do Conhecimento
Gerenciar significa fazer previsões e projeções. Previsões e projeções são feitas com base em teorias, mesmo que inconscientemente. É preciso estar consciente da teoria na qual a prática se baseia, para mudá-la na hora certa e fazer os necessários ajustes.
Quando não se está consciente da teoria sobre o porque (causa) de um resultado, perde-se o controle da situação quando mudam as variáveis intervenientes. Por exemplo, certo peru tinha uma teoria muito ingênua sobre como ganhar a vida. Todos os dias, durante meses, ele foi alimentado de graça, sempre no mesmo horário. Ele assumiu a teoria de que poderia viver sem trabalhar, pois alguém cuidaria dele enquanto vivesse. Sua certeza durou até uma certa noite de Natal, quando foi sacrificado. Essa estória foi usada por Bertrand Russel, célebre matemático e filósofo. Para ilustrar a postura do indutivista ingênuo, que não questiona de forma crítica a teoria sobre a qual uma prática se sustenta, tornando-se uma vítima despreparada para se defender.
É preciso estar atento às teorias ingênuas, centradas em crenças ou convicções pessoais de origem obscura. Essas crenças determinam a conduta de muitas pessoas com elevado grau de instrução.
(…) Nas organizações costuma-se agir de forma bastante aleatória; em linguagem popular, “ao Deus dará”. às vezes, costuma-se desdenhar daquilo que é teórico, em função do prático…. se por prática está-se querendo dizer “por a mão na massa, sem conhecimento de causa”, a organização se transformará num verdadeiro caos. Sem padrões, sem referências, cada um faz o que quer e o que pode. E as coisas pioram sempre.
(…) Não é necessário, nem possível, conhecer a realidade nos seus mínimos detalhes para agir. Mesmo que uma excelente cozinheira desconheça os fenômenos químicos envolvidos no ato de cozinhar, ninguém a trocaria por um Doutor em química, sem experiência em culinária. É necessário, entretanto, conhecer os fatores causais que fazem resultar o o bom efeito desejado. É necessário, também, buscar novos conhecimentos para a contínua melhoria dos processos existentes ou para a sua substituição por processos baseados em novos princípios. Como dizia Deming. “O conhecimento é insubstituível”.