Papiloscopia
Ciência que trata da identificação humana através das papilas dérmicas existentes na palma das mãos e na sola dos pés, mais conhecida pelo estudo das Impressões Digitais.
Papiloscopista – Especialista em identificação, desde a coleta até o arquivamento, envolvendo planejamento, coordenação, supervisão, controle e execução de trabalhos periciais papiloscópicos relativos ao levantamento, coleta, análise, codificação, decodificação e pesquisa de padrões e vestígios papilares. Pericia de Prosopografia (descrição de uma pessoa – envelhecimento, rejuvenescimento e reconstituição facial),bem como a realização de estudos e pesquisas técnico científicas, visando a identificação humana.
História da identificação e seus personagens
Há várias evidências que o interesse humano em impressões digitais data da pré-história. Em uma face de precipício na Nova Escócia há um desenho que mostra uma mão com uma digital em espiral presumivelmente feito por nativos pré-históricos.
Há registro de placas de cerâmica… com os seguintes dizeres: “Ambas as partes concordam com estes termos que são justos e claros e afixam as impressões dos dedos que são marcas inconfundíveis”.
Na China do século VII, nos casos de divórcio, o marido tinha que dar um documento para a divorciada, autenticado com suas impressões digitais.
No século IX na Índia, os analfabetos tinham seus documentos legalizados com as suas impressões digitais.
(…) Muito antes dos cientistas forenses se interessarem por impressões digitais para identificação humana, a sociedade de todas as eras tinham reconhecido a necessidade de estigmatizar os criminosos.
Métodos antigos de identificação biométrica consistiam em infligir cicatrizes, marcas, ou tatuagens nos criminosos. A mutilação era (e em alguns países, ainda é) uma atitude extrema, mas efetivo modo de marcar um ladrão.
Mas este tipo de mutilação, bem como marcar com ferro em brasa (ferrete – França), desapareceu na maioria dos países na primeira metade do século XVIII quando a civilização desenvolveu um sistema de lei criminal e uma maior importância do indivíduo na sociedade.
No caso da reincidência o castigo a ser aplicado ao transgressor era mais severo, o delinqüente buscava esconder suas ofensas passadas assumindo uma falsa identidade, e como nesse período não havia nenhum método eficaz de identificação, esta era uma tarefa relativamente fácil para o criminoso. Com o passar dos anos ficou óbvio que muitos criminosos reincidentes estavam sendo tratados como primários, o que martirizava a polícia e juízes da época. A comunidade de execução da lei virou sua atenção para este sério problema, e um novo método de identificação, fazia-se necessário.
Em 1823, o tcheco Johannes Evangelista Purkinji (fig. 3), professor de anatomia na Universidade de Breslau, publicou sua tese onde citava nove padrões de impressões digitais.
A Antropometria de Alphonse Bertillon
O primeiro método científico de identificação amplamente aceito foi desenvolvido pelo francês Alphonse Bertillon em 1879. A antropometria, também chamada de Bertillonage em homenagem a seu criador, confiava em uma combinação de medidas físicas coletadas por procedimentos cuidadosamente prescritos. É um sistema complexo e completo de identificação humana, além dos assinalamentos antropométrico, descritivo e dos sinais particulares, apresenta a fotografia do identificado de frente e de perfil, reproduzida a um sétimo e as impressões digitais que foram introduzidas por Bertillon em 1894, obedecendo uma classificação original.
Na Bertillonage, as impressões digitais representam um mero elemento de identificação a mais, visto que a chave do sistema é baseada na antropometria. No sistema havia três fichas para classificação que formavam 9 grupos subdivididos em 3 subgrupos resultando 27 categorias.
Inicialmente, se formavam dois grandes grupos, segundo o sexo e a idade das pessoas. O terceiro grupo formado pela dimensão média da cabeça, oscilando entre 185 mm a 190 mm, que foram classificados em pequenas, médias e grandes.
(…) Quando da apreensão, o criminoso era medido, descrito e fotografado e o cartão completo era indexado na categoria apropriada. Um arquivo de 5.000 registros por exemplo, conteria apenas uns 20 cartões em cada uma das categorias primárias não sendo difícil comparar o registro novo com cada um dos outros cartões da mesma categoria.
O sistema de Bertillon foi adotado oficialmente pela Polícia de Paris em 1882 e em seguida por toda a França, Europa e o resto do mundo (Brasil em 1894 ).
(…) As dificuldades na classificação não foram os únicos problemas enfrentados pelo sistema. A antropometria apresentou uma falha que a conduziu ao abandono como ferramenta de identificação. Medidas de Bertillon não eram de fato sem igual.
Vários casos de identidade enganada provaram que havia certas características físicas comuns que pareciam ser idênticas dentro dos limites de precisão do sistema.
Fonte: http://www.papiloscopia.com.br/historia.html