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Parafernália Tecnológica – Temos de ousar e inovar

Como pensar em tecnologia, computador e toda parafernália tecnológica, se a mente não compreende, o coração não sente e a inteligência não processa? 

Precisamos aliar pensamento e sentimento, compreensão e satisfação, aprendizado e realização.

O cidadão excluído da sociedade da informação é uma pessoa com baixa estima, de olhar cabisbaixo, pouco criativo e extremamente dependente. Ele não tem noção de cidadania e geralmente é explorado pela hegemonia reinante.

A sua comunidade é dominada pela desinformação, ou seja, a informação é manipulada, e ele não tem capacidade crítica para tomar decisão.

… O que ocorre nos países em desenvolvimento é que um grande percentual da população não tem acesso à tecnologia, nunca viu um computador.

Para essas pessoas, o acesso à informação e a compreensão de seus conteúdos devem ser realizados por meio de metodologias adequadas de mediação da informação que se inicia pela alfabetização em informação.

Nesse processo de inclusão, a dimensão social do conhecimento é o foco que não se deve perder de vista. Os índices de violência e falta de segurança em países pobres são cada vez maiores e refletem a desigualdade na região.

O Brasil foi um dos poucos países a elaborar uma norma brasileira sobre responsabilidade social,  pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Deveriam facilitar o acesso à nova sociedade, como a biblioteca e o sistema educacional, por uma série de fatores não conseguem atingir o referido objetivo.

Nessa estrutura, o papel do profissional da informação passa a ser de extraordinária importância, desde que se corrijam alguns vícios existentes na própria formação educacional.

Até hoje, a maioria das escolas de biblioteconomia e ciência da informação existentes na região não privilegia nem a mediação da informação nem a formação de um profissional que seja um propagador de uma política de leitura e utilização da informação.

A dimensão social do conhecimento trata das mudanças que geram uma nova cultura. Portanto, precisa contribuir para transformar desinformação em conhecimento, despreparo em senso crítico e exclusão em inclusão.

Como realizar tão árdua tarefa, em condições tão adversas? Só a tecnologia e as metodologias científicas não dão conta desse desafio. É preciso agregar outros valores que possibilitem a realização do trabalho. Que valores teremos de agregar?

Sem dúvida a compreensão, a boa vontade e a solidariedade. Como pensar em tecnologia, computador e toda parafernália tecnológica, se a mente não compreende, o coração não sente e a inteligência não processa? Precisamos aliar pensamento e sentimento, compreensão e satisfação, aprendizado e realização.

Temos de ousar e inovar, tornar a mediação algo mais que uma simples metodologia, a própria expressão do amor pelo trabalho.

Habitualmente, usamos o termo amor para relações pessoais, relações mais diretas, de maior intimidade entre pessoas.

Quando transcendemos o âmbito pessoal e alcançamos pessoas que conhecemos menos, com quem temos uma relação mais distante, ou que não conhecemos bem, falamos de solidariedade. Ela expressa que essas pessoas são importantes e que estamos dispostos a ajudá- las.

Com a solidariedade, participamos de problemas alheios e declaramos que eles também são incumbência nossa.

A solidariedade gera confiança, e a confiança tem papel importante no interior dos sistemas sociais. Portanto, é fundamental que nas ações de inclusão esses valores sejam exercitados.

Dessa forma, nosso trabalho como construtores de uma nova era para todos terá sucesso. Há sistemas sociais mais ou menos solidários, mais ou menos divididos, do ponto de vista das relações afetivas que seus membros mantêm entre si.

Isso, obviamente, afetará o nível de confiança que esses sistemas apresentam. A confiança é o fundamento de toda relação social que não se sustenta na força. Relações sustentadas na confiança não são, necessariamente, relações entre iguais.

Muitas delas são altamente assimétricas, do ponto de vista da distribuição de poder entre seus membros. Se não há confiança entre um pai e um filho, entre um professor e um aluno ou entre membros de uma mesma equipe, é difícil conceber aí uma boa relação.

Sem confiança, tais relações se vêem comprometidas e tenderão a se dissolver. Nos horizontes que se anunciam, não se aceita mais a exclusão nem o mero contentar-se com a miséria.

Inserir os excluídos é a semântica da solidariedade. Sabe-se que a exclusão social resulta de um processo simultaneamente combinado e desigual com a inclusão.

Ou seja, o desenvolvimento de um país tende a produzir tanto as condições necessárias para a inclusão como para a exclusão. Mesmo segmentos sociais com maiores níveis de escolaridade que se encontram nos grandes centros urbanos são ameaçados, cada vez mais, pela exclusão do desemprego de longa duração e da grave violência.

No caso brasileiro, não obstante os enormes avanços econômicos ocorridos, o país deixou de realizar reformas e tomar decisões políticas, o que impossibilitou o enfrentamento dos problemas associados à concentração de riquezas e à exclusão social.

Em função disso, a manipulação de critérios simplistas, como estar ou não alimentado, ser ou não alfabetizado, ter ocupação com rendimento adequado, passou a se mostrar insuficiente para dar conta do processo de exclusão.

Também se tornou inadequada apenas a indicação quantitativa de acesso à educação, ao trabalho, à informação, entre outros, necessitando acoplar a noção de qualidade do acesso aos bens e serviços públicos.

A exclusão é fato constatado, tornado público, e atinge impiedosamente enormes contingentes humanos. Desvelar as condições históricas que a impuseram é um desafio ético inadiável.

É preciso criar uma ética para a sensibilidade solidária, para que o interesse da humanidade esteja acima do interesse de indivíduos.

Manfred Eigen, biólogo alemão e ganhador do Prêmio Nobel de Química: o futuro da humanidade não será decidido no nível genérico. Precisamos de um sistema ético de ligação entre todas as pessoas .

Na complexidade da sociedade em que vivemos, surgem valores que passam a caracterizá-la. A inovação é um deles, de fundamental importância, e a criatividade e a inquietação são essenciais para romper as barreiras que protegem a ordem estabelecida e produzir mudanças, sejam elas de cunho social, tecnológico ou cultural.

As mudanças estão muito relacionadas com os valores que a sociedade da informação impõe e com o despreparo das pessoas para enfrentá-las.

Estão presentes em todas as atividades humanas, mas só se concretizam a partir da consciência crítica, da capacidade de adaptação e criatividade.

Essas são características próprias das pessoas com hábito de leitura e de utilização da informação, o que requer um bom nível educacional.

As organizações têm de mudar para se tornarem mais competitivas, e só conseguem isso se agregarem um valor chamado inovação.

A inovação produz novos nichos de mercado e fortalece a construção da sociedade do conhecimento. Mudança e inovação conduzem à geração de emprego e renda, mas contribuem para a ampliação do mapa da exclusão à medida que novas profissões surgem outras desaparecem, e a exigência de maior qualificação é uma constante em todos os setores.

Fonte:  Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT