Sobrevivendo com técnica
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Viva com qualidade, sobreviva como puder.
Autopreservação é a ação ou tendência, por parte de um indivíduo, para conservar a própria existência ou integridade.
É o desejo inato de manter-se vivo, quase universal em todos os organismos, que assegura a sua sobrevivência.
É o instinto básico para preservar a própria vida. A dor e o medo são partes deste mecanismo.
A dor motiva o indivíduo a afastar-se de situações perigosas à sua integridade, a proteger-se enquanto o corpo ferido cura e a abster-se de experiências semelhantes no futuro.
O medo faz com o organismo procure segurança e pode causar a liberação de adrenalina, que incrementa a força do indivíduo e amplifica os sentidos, tais como: audição, olfato e visão.
… o instinto que objetiva conquistar, manter, preservar, melhorar a vida. Por sua própria natureza, ele atua contra tudo o que destrói a vida ou a segurança de viver.
Quando é saudável, o instinto de autopreservação da vida leva a pessoa a deixar de restringir a atividade. Na distorção, a atividade interior ou exterior não é tentada.
… para sua autopreservação e da espécie humana – do “homem de bem”, é necessário pensar em um conjunto de ações – técnicas desencadeadas por um individuo, para que ele possa sobreviver, melhorando sua qualidade de vida, entendendo o processo do crime e do comportamento humano, as intenções do criminoso e suas ações, para que possa tomar medidas antes, durante e depois da consumação do ato ilícito, em conjunto com sua família, vizinho, comunidade e Estado, agindo de maneira eficaz, em benefício da coletividade, do interesse público e, sobretudo, da integridade física, para resguardar o bem maior que é a vida.
É desta forma que vamos agir como guardiões mútuos, preservando nossa integridade e a daqueles que nos rodeia, sem deixar que a omissão prevaleça, permeando nossa culpa por não mantermos a espécie, por fecharmos os olhos para não interpretarmos imagens desagradáveis e não realizarmos o desejo inato de nos mantermos vivos.
Triângulo da Autopreservação da Vida
É uma análise do crime e seus elementos. Para que o crime ocorra é necessário a junção de três elementos: A vítima, o agressor, a ausência de Guardião.
Vítima: Para que o indivíduo seja considerado vítima de um crime, ele deve ter falhado em um dos três elementos do triângulo – não deve ter havido prevenção, nem guardião e o indivíduo deve ter prestado uma obediência submissa ao agressor.
Prevenção: … Visa evitar ou dificultar o envolvimento da vítima com um possível agressor. Esta cautela pode ser desenvolvida, também, por meios físicos, como equipamentos, dispositivos, acessórios, ferramentas que criam barreiras entre o agressor e a vítima.
Guardião: Como já dito, o guardião é a pessoa que age com o propósito de evitar ou interromper um crime, com o uso de uma arma de fogo, com um grito de “pega o ladrão” ou com uma ligação para a polícia, por exemplo.
Agressor: Para que o indivíduo seja considerado agressor de um crime…. deve ter a intenção, a habilidade, e a oportunidade.
- Intenção: Vontade, desejo do agressor de cometer um crime. Pode ser despertada a qualquer hora, desde o momento em que ele acorda; é o tempo – que pode ser longo ou curto – que antecede o crime, a premeditação, ou quando ele visualizou uma grande facilidade imediata na consumação do ato ilícito – “crime de oportunidade”.
- Habilidade: É a destreza, agilidade, desenvoltura, frieza que o agressor detém para a consumação do crime. Essa habilidade pode ser desde a verbalização, com um grito de “passa a bolsa, tia” até os modos mais cruéis de terror, por meio de dilacerações, por exemplo, não importando, nesse caso, se o agressor passou por algum ensinamento ou era perito para o uso de algum instrumento, como uma arma de fogo.
- Oportunidade: Ocasião ou circunstância oportuna para a realização de um crime. A oportunidade pode surgir por conta de descuido da vítima, falta de prevenção comportamental ou barreiras físicas, e pode, também, ser criada pelo agressor, identificada a falta de um guardião, de alguém que possa interromper o crime, ou até ignorada a sua presença, conforme Wensling.
Fonte: Leonardo Daniel Colzani
Autor do livro: Sobreviva, Guardião – Técnicas para a autopreservação da vida