Tráfico de Armas de Guerra
.
Estado do Rio se unirá aos EUA contra o tráfico de armas de guerra. Acordo com agência americana ATF tem o objetivo de evitar que fuzis cheguem ao Rio.
Com objetivo de mapear a entrada de armas de guerra que passam pelas fronteiras brasileiras…
Agentes do setor de inteligência da Secretaria de Segurança estão seguindo para Washington,
para assinar o protocolo de um convênio com a agência federal americana Bureau of Alcohol, Tobacco, Firearms and Explosives (ATF),
que investiga o tráfico internacional de armas, drogas e artefatos explosivos.
Segundo dados da Secretaria de Segurança, nos primeiros cinco meses deste ano, dos 101 fuzis que foram apreendidos pela Polícia Militar no estado, apenas dois eram de fabricação nacional.
… Entre os fuzis apreendidos este ano, 41 eram do modelo americano AR-15, 24 do russo AK-47 e 15 do belga FAL (fuzil automático leve).
Em levantamento recente, policiais do Rio também encontraram, entre as armas recolhidas nos últimos anos, unidades vindas de outros países, como República Tcheca, Suíça e Alemanha (que tem intensificado as vendas para a América Latina).
ROTAS PELO PARAGUAI
Com o convênio, a Secretaria de Segurança pretende ampliar as parcerias com as autoridades internacionais a fim de combater o tráfico nos países de origem.
José Mariano Beltrame reconhece que a repressão ao contrabando na fronteira é uma tarefa difícil. Segundo ele, a rota mais habitual para a entrada de armas no país que acabam chegando às favelas do Rio passa pela fronteira do Brasil com o Paraguai. São 1.365,4 quilômetros por rios e bacias hidrográficas.
— Temos cidades que são conhecidos pontos críticos, como Pedro Juan Caballero, Capitán Bado e Ciudad del Este, mas sabemos que as rotas alternativas são inúmeras — afirmou o secretário.
Semana passada, o tráfico de armas no Rio foi discutido numa reunião de Beltrame com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, em Brasília.
— Temos que atacar esse problema de múltiplas formas. Uma delas é a cooperação internacional — observou o secretário.
O contato com a ATF foi intensificado em setembro do ano passado. No início daquele mês, Beltrame entregou sugestões de mudanças no Estatuto do Desarmamento à bancada do Rio de Janeiro na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Entre as principais propostas, estavam medidas para tornar mais severas as punições para quem portar armas de uso restrito, granadas e explosivos.
No ano passado, um estudo detalhado do Instituto de Segurança Pública (ISP), ao qual O GLOBO teve acesso, revelou que a entrada de armas de guerra no país pelas fronteiras é recorrente.
Segundo o trabalho, das 3.989 armas de fogo apreendidas no estado nos primeiros cinco meses de 2015, 5,5% eram fuzis (174), metralhadoras e submetralhadoras (49). O restante eram revólveres e pistolas.
De janeiro a maio do ano passado, o número de armas apreendidas no Estado do Rio de Janeiro registrou um aumento de 11% em relação ao mesmo período de 2014, totalizando 383 unidades a mais.
Ou seja, nos primeiros cinco meses de 2015, a polícia recolheu, por dia, uma média de 11 revólveres, dez pistolas e um fuzil.
(…)
Fonte: http://www.defesanet.com.br/mout/noticia/22535/RJ-faz-acordo-com-a-americana-ATF-para-controle-de-armas-pesadas/